segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tédio


De repente sei lá, os seus olhos não percebem o que mais pode lhe agradar, seus ouvidos soam sempre a mesma melodia com o som de toque de minar te pedindo pra sumir ou simplesmente apertar a tecla DEL para apagar esse lugar.

Incrível como algo anteriormente considerado indispensável para você não tem o mesmo valor, você acorda pela manhã e pronto, sua vida parece estar num constante replay, muito previsível e insuportavelmente cronometrado na mesma ordem de acontecimentos Acorda, arrumar a casa, banho, almoço, trabalho, casa, banho, jantar, Dormir, uma ordem de fatores repetitivos, intermináveis e inquestionáveis, no qual você não tem como ir contra, e sim deixar que aquela onda de nostalgia de te leve de volta ao inicio para começar tudo de novo.

Ainda me pergunto por que lutamos tanto pra chegar a esse ponto? Percorremos escolas, mergulhamos cada dia mais em busca de conhecimentos que nos leve a uma vida estável e pra quê? Se o que é previsível não é emocionante, Se o que você já sabe não lhe causa o prazer de descobrir, se saber o que vem por diante não te dar as alegrais causadas pelas surpresas. Então por que a nossa natureza luta em perseguir o conformismo nostálgico diariamente?

Um dia eu folheando a agenda de minha mãe, encontrei a seguinte frase: Quando todos os dias se parecem iguais é por que deixamos de perceber as coisas boas da vida ¹, não que minha mãe fosse do tipo que escreve frases de auto-ajuda, não, isso estava impresso no rodapé da pagina (coisas que as editoras costumam fazer para amenizar o fato de que você esta botando sua vida num Script repetitivo e tedioso naquelas paginas). Mas com voltar a ver o que é bom se estamos presos numa corrente que segue a mesma direção sem pausa pra distrações?

Só que mesmo eu estando nesse turbilhão de interrogativas consegui ouvir ao longe um som diferente, não me parece o mesmo som de minar que faz querer apagar em plena hora do rush voltando pra casa, parece o assovio de um pássaro, no meio de uma metrópole no qual os passantes apressados e acorrentados nesse habito de ir e vim não vão para contemplá-lo, esse assovio não sei como me acorda, com se dissesse não precisa ser assim.
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¹Paulo Coelho

1 comentário

Felipe disse...

A maior inimiga do tédio é a imaginação. Por isso é que "Quando todos os dias se parecem iguais é por que deixamos de perceber as coisas boas da vida"... essas coisas boas nem sempre existem, mas todos somos livres para criá-las, sem sair da rotina.

Beijos!

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